Eu e minha amiga Angélica resolvemos escrever sobre cabelo duro, crespo ou a denominação que você queira dar.
Desde dos primórdios, os cabelos dão trabalho às mulheres, principalmente as mulheres negras. Na minha infância existia o famoso pente quente, que era um artefato meio que medieval para o alizamento dos cabelos crespos, claro, nós crianças vivíamos com medo de sermos queimadas com o pente. Modo de utilizar era meio bizarro; lá em casa a minha avó colocava o feijão no fogo e usava aquela boca para esquentar o pente, você esquentava e passava. Esse método é o tataravô da nossa famosa prancha. Fora esse instrumento, existia o Marcel, que tinha o mesmo procedimento, só que esse tinha a finalidade de fazer cachos nos cabelos e deixar as crianças com aquelas caras de boneca dos anos 80, hoje esse mesmo instrumento é conhecido como baby lise.
Nos anos 80, não existia alisantes, para se ter o cabelo lindo e sedoso era preciso passar o famoso hene. Depois do hene teve a “revolução” da pasta, que queimava o coro cabeludo feito o inferno, mas alisava o cabelo com mais eficiência que o hene.
Em 90, houve o boom dos permanentes afros que deixavam os cabelos cacheados, mais parecidos com o crespo “original”, só se for o crespo americano, pois os cabelos das negras brasileiras não eram cacheados nem aqui nem na China.
E a guanidina e outros métodos de alisamento, mas que infelizmente ainda deixam os cabelos fracos, opacos e quebradiços; e nós somos obrigados a gastar mundos de dinheiro para deixarmos nossos cabelos lindos.
Para falar a verdade, mesmo com o medo de me queimar eu ainda sinto falta do pente quente, acho que naquela época era mais fácil cuidar dos cabelos. A evolução tecnológica só nos fez gastar mais dinheiro, mas sem nenhum resultado efetivo.
Como diz uma amiga minha do trabalho, só vou acreditar em evolução tecnológica para cabelos crespos, quando inventarem uma pílula que elas nasçam lisos.
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