sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Liberdade ?

Uma das coisas otimas de ter feito 30 anos é começar a me liberar das minhas "responsabilidades", isso pode parecer estranho, mas no meu caso é verdade.
Eu comecei a perceber( um pouco tarde é verdade) que eu não tenho que me responsabilizar por ninguém, pois não tenho filhos, nem marido.
Sempre achei que tudo eu tinha que tomar conta, não queria que as pessoas se sentissem mal, tinha medo de aborrecê-las de uma certa forma, por isso tomei conta dos irmãos, da casa e até dos pais.
Não valeu de muita coisa, acabei deixando grande parte da minha vida de lado. Eu sei que a culpa também é minha, não estou tentando me fazer de vítima, mas para mim esse momento está sendo libertador.
Não preciso ter pena ou cuidar de ninguém,pois não existe ninguém doente, posso viver a minha vida sem receios.
É isso que estou tentando fazer, o primeiro passo é encontrar um analista que trate da minha cabeça, segundo arrumar um ap e sair fora, terceiro só Deus sabe...
rsrsrsrsrsrs

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Fernando Pessoa

"Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso".


Terapia

Estou lendo O Divã, pra mim a melhor frase do livro: " São muitas mulheres e alguns homens, prepare- se para uma terapia de grupo", quando li essa frase fiquei pensando na minha vida e concordo com a personagem, nós somos várias pessoas em uma.
Tentei identificar essas pessoas dentro de mim, deparei-me com uma senhora de 90 anos, com netos, bisnetos que tenta não fazer nada errado para não machucar as pessoas que ama, teve sempre a sua vida pautada nos outros, minha conselheira. A outra que vive em mim é uma adolescente rebelde, que age antes de pensar, sem objetivos, corajosa, sem medo de nada, que pensa que a vida é uma diversão constante, minha alegria para o perigo. Eu tenho a pessima mania de pensar como um homem, eles me dominam, por isso não consigo me relacionar com essa especie, temos o mesmo tipo de pensamento, apesar de quando me apaixono todas as mulheres que moram na minha cabeça, saem e tentam ser o que eu não sou, feminina, não deixo minha fragilidade aparecer pra ninguém, tento escondê-la de todas as maneiras.
Não consigo fazer genero, a frágil, a santa, a medrosa. Acho que depois dos 30, não vou conseguir mudar isso, fui criada num mundo masculino, não sei ser menina, nunca soube e isso me atrapalha de muitas formas.
Espero mudar, nem que seja um pouco.